domingo, 31 de agosto de 2008

DUAS LUAS

Chego todos os dias bem pertinho de ti, em sonhos e na lua onde moras. Sonhar significa tudo. Sem mais nada somente. Num piscar de olhos, um bom dia efetuoso, de qualquer jeito, essencial, primordial. Quando sonho acordado: sensação de sons envolvendo-me aqui e acolá. Lembranças teimosas e impregnadas, a emoção indo pelos ares, explodindo o coração. Numa manhã de céu claro um encontro imaginário, tirastes meus óculos, dois pedaços de lua, revelando-se dois rios não de lágrimas, mas da fotografia, inspiração divina, refletindo-se de alegria. Construindo sonhos, ensinei-lhe remédio pra insônia, infantilmente dei-lhe de presente o meu ombro amigo. Nos sintomas de saudade, lembro-me da dama de preto, carinhosamente magrelinha...E se um dia triste conseguir o rastro do teu perfume, sentirei a magia de um entardecer, o prelúdio do anoitecer, um nó incômodo na garganta...E o meu coração cessará, minhas palavras ficarão mudas sem explicação, confissões às escondidas, arrepios de uma chuva de prata sentirei um vazio enorme, encharcado, refazendo o próprio destino uma história de despedida, talvez, consolado por uma estrela seja a hora de parar de sonhar. Acredito que existem duas luas, uma a me guiar, a outra a me iluminar...

Alcely Júnior

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